Postado em 24/maio/2016
Daniela Grijó de Castro
Você já deve saber que muito do que nós jogamos no lixo pode ser reaproveitado e que esse reaproveitamento pode gerar renda a homens e mulheres que trabalham realizando a coleta e o processamento de materiais recicláveis. Você também já deve ter ouvido falar que a coleta seletiva contribui para aumentar a vida útil dos aterros sanitários por diminuir o volume de resíduos que a eles são destinados. Mas, você sabe quanto de “lixo” deixa de ir para esses aterros e quanto de renda esses resíduos podem gerar devido à coleta seletiva?
No ano de 2015, a Associação dos Trabalhadores da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa (ACAMARE) realizou a triagem, o enfardamento e a comercialização de aproximadamente 275 toneladas de materiais recicláveis. A comercialização dessa quantidade de “lixo” gerou, no mesmo ano, um total de R$ 113.201,15 aos trabalhadores da associação.
Dos materiais comercializados, o papelão é o que apresenta maior quantidade, representando 54% dessas 275 toneladas (isso equivale a 148.990 kg de papelão no ano). Em segundo lugar, está o papel branco, representando aproximadamente 15,7% de todo material reciclável comercializado em 2015 (o que equivale a 43.100 Kg de papel branco no ano). Em terceiro lugar no ranking dos materiais mais representativos estão os plásticos, e as demais porcentagens se dividem entre vidro, ferro velho, alumínio e etc.
Caminhão sendo carregado para venda na Usina de Triagem.
O valor de cada um desses materiais oscila no mercado. Por exemplo, os 21.020 quilogramas de papelão comercializados em janeiro de 2015 geraram um valor de 5.885,00 à associação (R$0,28 por quilograma de papelão). Já em dezembro de 2015, os 9.720 quilogramas de papelão comercializados geraram um ganho de 3.304,00 à associação (R$0,34 por quilograma de papelão). Como em qualquer outro mercado, essa flutuação de preço se deve a fatores como sazonalidade, oferta e concorrência, que interferem no valor agregado dos materiais.
Dessa forma, o ganho dos trabalhadores da associação não é fixo, mas flutua de acordo com a quantidade de materiais comercializados e com seus respectivos valores no mercado. Além disso, graças ao trabalho realizado por esses catadores, 275 toneladas de resíduos deixaram de ir para o aterro sanitário no ano de 2015 em Viçosa, sendo este um serviço de utilidade pública muito importante no atual contexto da cidade.